coisas estranhas # - 69
vamos fugir proutro lugar beibe
Leituras
pra quem assistiu “estrelas além do tempo” no cinema e gostou, ou comemora efusivamente cada vez que um foguete do elon musk retorna sem explodir, tem uma ótima discussão recém resgatada sobre a ideia de viagens interplanetárias ou interestelares pra salvar a humanidade.
eu pessoalmente sou da linha que concorda com o primeiro texto: não temos nem teremos tecnologia mecânica e social e recursos necessários para colonizar além da nossa galáxia. ocupação interplanetária talvez sim, mas além da via láctea acho que não. Our Generation Ships Will Sink
a réplica vai na linha de que é difícil mas não impossível, e que na verdade é a capacidade de imaginar que leva à inovação, em especial a literatura de ficção científica, tal qual ninguém poderia imaginar satélites, internet e telefone celular até meados do século 19. o discurso de que só existe a Terra e que é importante cuidar dela enquanto o Sol não nos consome ou o campo magnético se altere faz sentido, mas ceifa o empreendimento humano interestelar de autopreservação. The Death of Wonder
esse segundo texto dá uma ideia incrível de naves espaciais funcionando como organismos vivos auto-replicantes, que é mais ou menos o que está embutido nesse filme novo da J-Law. isto é, seria possível uma colônia permanente em naves, e não necessariamente planetas, com as naves operando em auto replicação, vagando até que finalmente encontrem planetas habitáveis. isso tudo depende de alta nanotecnologia e criogenia, que é rocket science, mas tb não é impossível de alcançar nas próximas décadas.
em relação à contato extraterrestre, eu continuo seguidor ferrenho do paradoxo de fermi, que em suma sugere que se existem tantas estrelas e tantos planetas possíveis e imagináveis, a probabilidade seria de que alguém já teria entrado em contato com a Terra. mas até hoje não. somos nós e só nós mesmo, porque a possibilidade de vida na Terra é tão improvável, mas tão improvável, que tudo que temos é exatamente isso: uma chance em 1 trilhão vezes 1 zilhão de termos chegado aonde chegamos. a probabilidade de acontecer igual ou similar em outro lugar é muito pequena. ou então, que coisa, talvez os ETs já vieram, mas quando chegaram aqui quem estava na área eram os dinossauros. e não acharam graça e foram embora. que quebra um pouco a lógica da gente achar que está procurando sempre por humanoides, quando se existir vida em outros planetas, ela pode muito bem ser do tipo bactéria ou ribozima.
outra teoria é o de transmissão de informação que não seja interpretada por nós, que é algo que o Snowden e o conto do Ted Chiang já tinham orientado antes do lançamento do Arrival. talvez alguém já tenha enviado um sinal de vida, mas não conseguimos compreender.
se a gente conseguir escapar do idiocracy e a inteligência vencer, então a expectativa é a da escala kardashev, começando pelo tipo I que é resolver o problema de energia do planeta. a matriz do petróleo pode ser facilmente substituída por solar ou fusão fria. imagina o quanto de energia é desperdiçado só com a galera correndo em esteiras em todas as academias do mundo. depois entraria num esquema de dyson sphere, com energia atômica para alimentar essa cadeia de naves auto-replicantes em nossa galáxia (procurem no google por aquela estrela recente “KIC 8462852”).
eu já compartilhei minha fé aqui antes, acho que a nossa distopia futura pode ser entre o prólogo do interstellar (mudança climática severa, necessidade eminente de colonização interplanetária) e o prólogo do elysium (colapso total da economia global, elon musk leva os ricaços todos pra viver em colonias próximas da terra), o que são perfeitamente factíveis para os próximos 100-300 anos. na ficção o elysium se passa em 2154 e insterstellar em 2067.
nos dois casos provavelmente não estaremos mais aqui, mas nossos netos sim. e as opções pra eles são ou se tornar bilionários e se preparar para o apocalipse (Doomsday Prep for the Super-Rich) ou então começar a aprender arco e flecha (Everything Wrong with Peter Thiel’s Doomsday Survival Plan).
** bonus reading
A Brief Introduction to Chinese Science Fiction
should colonists on Mars be allowed to eat each other?
My unhappy 48 hours as an astronaut
The Woman Who Might Find Us Another Earth
The story of the planet closest to our sun, aptly named Vulcan
Jaipur’s great temple of astronomical instruments
vlw flw
quando faço 3 gols peço chatuba de mesquita
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