coisas estranhas # - 39
librariana
a menina que roubava livros
nada de novo no mundo das bibliotecas. só o documentário daquele moço que furtava obras raras pra dar uma animada no salão. é que os bibliotecários ficaram tristes pelo fato do filme não apenas ser ruim, mas por ter sido realizado com financiamento público. enquanto que algumas bibliotecas solicitaram verba governamental para melhorar a segurança de seus acervos e tiveram pedidos negados. e agora o moço jogou merda no ventilador ao recontar a história de como algumas gravuras roubadas por ele foram terminar em coleções privadas, por intermédio de um socialite que lucrou bastante com a compra e revenda em leilões do ramo. furto de obras de arte, lavagem de dinheiro, acervos desprotegidos, transferência de riquezas: nada de novo no mundo das bibliotecas.
Como menino pobre apaixonado por Carmen Miranda se transformou no ’maior ladrão de livros raros do Brasil’
Ladrão diz que obras hoje no Itaú Cultural são da Biblioteca Nacional
A casa londrina Maggs está numa sinuca
——
kudos para o maravilhoso Roubaram A Mona Lisa!, livro que conta a história real do roubo da mona lisa em 1911 quase como um romance policial
os bibliotecários vão catalogar e digitalizar tudo, os robôs vão roubar nosso emprego e num futuro ideal ninguém vai se preocupar com livros e arte roubada, porque tudo vai estar a um QR code de distância: Hacking the Heist [FODA]
——–
três filmes recentes com temática biblioteca no meu watchlist, mas que tá difícil de sair em torrent. no aguardo:
Cartas para um Ladrão de Livros, documentário sobre o laéssio
EX LIBRIS - The New York Public Library, documentário sobre a reconfiguração da biblioteca de livros para a biblioteca das pessoas que querem obter conhecimento.
Sudorese
e The Public, filme sobre um grupo de moradores sem teto que ocupa a biblioteca pública quando uma frente fria atinge a cidade. qualquer bibliotecário sabe que lidar com uma mistura de sudorese e desobediência civil é uma constante, seja o usuário morador de rua ou não. por isso cada vez mais esse é um nicho a ser explorado (oportunidades de consultoria sobre como lidar com pessoas fedorentas na biblioteca).
Librarian’s Guide to Homelessness é um ótimo guia, dividido nas seguintes seções: usuários com catinga, usuários que roncam, usuários que pedem esmola, usuários que querem entrar na biblioteca com todas suas 27 sacolas de supermercado, usuários delirantes e impor autoridade a usuários violentos com ações baseadas em empatia. tem o curso online e tem um livro, meio caro, algum bbtecário brasileiro se prontifique a fazer algo nesses moldes, realidade brazuca cracuda.
mantra bom da gestão de recursos humanos é aquele que diz que vc conhece uma instituição visitando o seu banheiro. já eu acho que todo funcionário deveria ser obrigado a usar o mesmo banheiro dos usuários, em qualquer tipo de instituição. por isso minha alegria ao ler este artigo seminal sobre os banheiros das bibliotecas universitárias: “Where Are the Bathrooms?”: Academic Library Restrooms and Student Needs
Primeira lei de Ranganathan
gostaria de saber o que os milhares de booktubers e escritores de newsletters bem e mal sucedidos fazem com os livros depois de publicar suas resenhas. por que me entristece que não exista um acordo efetivo entre as principais editoras e as bibliotecas públicas para o envio de lotes de lançamentos, pois afinal, estimular a leitura e nutrir mercado consumidor e isenção fiscal. então seria de bom tom que essa galera se esforçasse pra doar seus livros ruins para a biblioteca pública mais próxima. pelo menos isso. sigam o exemplo da rainha dolly parton
da nossa parte, hoje e sempre, fica aquela vontade de jogar na cara do contribuinte quanto ele é otário por pagar imposto de renda, demais impostos municipais e estaduais, mais o valor do produto propriamente, quando poderia simplesmente pegar o livro emprestado na biblioteca, de graça. já foi pago afinal. por nós mesmos.
goodreads challenge do proletário
algum bbtecário brasileiro se prontifique a fazer algo nesses moldes, realidade brazuca otariana eu pago meus impostos.
Vocabulários controlados
não sei exatamente como funciona a adoção e edição de cabeçalhos de assunto da LoC (muito menos da BN) mas criaram um wiki que permite que catalogadores possam discutir previamente certos assuntos e coloborar na submissão de propostas consistentes de subject headings: The Cataloguing Lab
[exemplo de submissão e adoção de proposta e problemas tb nas tabelas de classificação, a saber Uma breve história da homofobia na Classificação Decimal de Dewey]
o spotify lançou uma ferramenta chamada Line-In que permite que seus usuários respondam questionários com a intenção de melhorar os metadados da audioteca. eu por exemplo sempre recorro ao moribundo lastfm quando preciso identificar uma categoria precisa da música, já que a classificação no spotify é quase nula. tentei começar lá os testes e achei chato, mas vamos ver se com o tempo melhora
já o google lançou o “LIFE tags” com 4 milhões de fotos da revista LIFE classificadas por machine learning. robôs roubando meu emprego? sim
Leituras
história muito doida de gatunos que descobriram um loophole e estão se passando por autores para lavar dinheiro na Amazon. oportunidade excelente pro laéssio.
um longread sobre preservação digital e as empresas de internet que saem do ar. se vcs soubessem o que acontece ficariam enojados (a UFRJ mesmo recusou o acervo do JB quando da primeira bancarrota. conheci tb o acervo da RFFSA que está apodrecendo no prédio da central do brasil depois da privatização, não me perguntem)
SENSACIONAL texto sobre o arquivo high density da universidade de Columbia. mesmo problema que enfrento aqui: acabou o espaço pra guardar tantos livros e teses que são produzidas. a solução aqui é entulhar tudo e torcer pra pegar fogo (às vezes acontece). a solução lá é outra
o que acontece em um dia típico no meu emprego dos sonhos
se jogar a bomba atômica aqui em nós morre tudo. menos os arquivos de metal
quando faço 3 gols peço chatuba de mesquita
If you don't want these updates anymore, please unsubscribe here
If you were forwarded this newsletter and you like it, you can subscribe here
Powered by Revue